Autor: Fábio M. Barreto
Editora: Fantasy/Casa da Palavra
Em um dia, à meia-noite, todos os recém nascidos morrem. Depois percebem que todos os bebês com menos de um ano e animais e plantas novos também morreram. Uma grande onda de tristeza e melancolia atinge a todos, até que uma onda de desespero e pensamento de que o fim do mundo chegou se abate.
Ordenado a organizar e investigar algumas informações, o Repórter também lida com uma questão pessoal: sua esposa está grávida e prestes a dar à luz o seu primeiro filho. Tendo que lidar com ódio, desespero e burocracias militares, ele tenta correr contra o tempo e não só descobrir o que houve, mas tentar achar uma forma de permitir que seu primogênito chegue ao mundo com vida.
Lendo a sinopse desse livro, fiquei muito interessada. Gosto desse tipo de "e se...", como a humanidade reagiria frente à essa situação? Praticamente todos perdem alguém próximo, seja um filho, um sobrinho, um neto, ou um filhote. Maior do que a tristeza que as pessoas passam, está o desespero. É o Fim do Mundo?
Uma coisa que achei muito interessante é que alguns personagens não tem nome. Temos o Repórter, a Esposa, o Padre, o Governador. Apesar de estar acostumada com personagens nomeadas, eu gostei dessa mudança. Por mais que o Governador tenha outras facetas e outras prioridades além de seu cargo, de alguma maneira a falta de nomes me ajudou a focar mais na narrativa e me prender menos em "quem é esse mesmo? Ah sim, o governador".
Gostei muito da escrita do autor, que me fez voar pelo livro e gostei de várias argumentações feitas no livro. No meio das investigações e problemas atravessados, vemos várias reflexões de várias personagens, reflexões sobre religião, futuro e até mesmo humanidade. Apesar de parecer um pouco extremista, não achei as reações descritas no livro tão impossíveis assim de acontecer.
Vemos pessoas preocupadas com coisas sérias, como "terá alimento no futuro, a raça humana será extinta?" assim como pessoas preocupada com vícios, como internet, celebridades e outras coisas que não seriam prioridades no momento. Achei interessante essa crítica, e com certeza posso ver pessoas que agiriam assim.
A diagramação do livro é ótima. A letra é grande, as páginas são amarelas. Só tenho uma coisa a "reclamar": que capítulos gigantescos! Sabe aquela mania de "quando acabar o capítulo eu vou fazer..."? Então, quase não conseguia fazer nada! haha
Quanto ao final: ainda estou meio dividida. Não vou dar spoiler aqui, mas em um primeiro momento eu senti estranheza em relação a ele, e até hoje me pego entre gostar ou não do mesmo. Mas, achei que o livro foi bem fechado e de forma coerente com a história. Deixo aqui um convite para conhecer a obra, e pretendo ler mais livros do autor.
Como curiosidade, existe um curta com o prólogo do livro (que é um pouco diferente, tem um personagem lá que não tem no livro) neste blog, feito pelo autor, que também é jornalista e cineasta.
Como curiosidade, existe um curta com o prólogo do livro (que é um pouco diferente, tem um personagem lá que não tem no livro) neste blog, feito pelo autor, que também é jornalista e cineasta.
Ps: Esse livro faz parte do Desafio Literário Skoob 2014,
referente ao mês de Junho.